São
inúmeras as consequências nocivas do uso de cocaína/crack. Após o consumo dessa
substância, o usuário pode experimentar sintomas psíquicos e físicos, a saber:
a) Sintomas Psíquicos: euforia, aumento da vigília, sensação de bem-estar,
autoconfiança exagerada, aceleração do pensamento;
b) Sintomas Físicos: aumento da frequência cardíaca, aumento da temperatura
corpórea, aumento da frequência respiratória, sudorese, tremor de extremidades,
espasmos musculares, tiques e dilatação das pupilas.
As complicações associadas ao consumo dessa substância envolvem
praticamente todos os tecidos orgânicos. Abaixo, citarei alguns desses tecidos
e algumas das respectivas complicações mais freqüentes.
1) Mucosa nasal e oral:
Efeito Agudo: quando a cocaína é
inalada, ocorre ressecamento das narinas com posterior congestão nasal;
Efeito Crônico: se inalada, a cocaína
pode provocar necrose da mucosa nasal até o desenvolvimento de ulcerações ou
perfuração do septo nasal.
2) Complicações cardiovasculares:
Taquicardia, hipertensão, palpitações, arritmias cardíacas. O
aumento do esforço cardíaco para bombear o sangue através da circulação pode
levar ao infarto do miocárdio, mesmo em pessoas jovens e sem doença cardíaca
prévia.
Indução de aneurismas, especialmente da aorta, tem sido bastante descrita.
Indução de aneurismas, especialmente da aorta, tem sido bastante descrita.
3) Complicações pulmonares:
São principalmente relacionadas ao fumo do crack. São elas:
pneumomediastino (ruptura dos alvéolos pulmonares com conseqüente
extravasamento de ar entre os pulmões - mediastino), a conhecida síndrome “pulmão
de crack” (caracterizada por dores no peito, falta de ar, tosse sanguinolenta),
edema e necrose da mucosa da laringe.
4) Complicações neurológicas:
Hemorragias intracranianas, convulsões generalizadas, infartos
cerebrais, prejuízo das funções cognitivas (memória, atenção, concentração).
5) Complicações gastrintestinais:
Colites induzidas pelo crack (caracterizadas por diarréia aquosa, cãibras abdominais dolorosas, vômitos).
6) Complicações oftálmicas:
Úlceras e escaras nas córneas de indivíduos que colocaram cocaína na conjuntiva ocular, ou submetidos às altas temperaturas da fumaça emitida pelo crack.
7) Psiquiátricas:
Além dos quadros de Abuso e Síndrome de Dependência, os usuários
podem desenvolver quadros psicóticos (com presença de delírios e/ou alucinações),
agitação psicomotora, síndromes maniformes (aceleração do curso do pensamento,
idéias de grandeza, inquietação psicomotora).
Anormalidades fetais, parto prematuro, diminuição da superfície
craniana e encefálica, desnutrição fetal, dentre muitas outras.
A melhor forma para se evitar essas danosas complicações é a
abstinência total dessa substância. Infelizmente, muitos dos usuários somente
procuram ajuda especializada, quando as várias complicações citadas já estão
instaladas.
O tratamento da Síndrome de Dependência de Cocaína/Crack deve ser realizado por especialista na área. Infelizmente, até o momento, não existem medicações comprovadamente eficazes no manejo dessa condição, embora algumas tenham mostrado eficácia em estudos controlados.
O tratamento da Síndrome de Dependência de Cocaína/Crack deve ser realizado por especialista na área. Infelizmente, até o momento, não existem medicações comprovadamente eficazes no manejo dessa condição, embora algumas tenham mostrado eficácia em estudos controlados.
O tratamento da síndrome pode ser realizado em ambulatórios,
clínicas especializadas ou até mesmo em regime de internação. Isso dependerá da
gravidade do quadro do paciente. Grupos de mútua ajuda têm auxiliado alguns
desses pacientes.
O primeiro passo na direção do sucesso do tratamento é a motivação
do dependente em cessar o consumo das substâncias. Além disso, a modificação do
estilo de vida, associada com o apoio real dos familiares, são ingredientes
indispensáveis durante o processo terapêutico.
A Síndrome de Dependência de
Cocaína/Crack é um
quadro, geralmente, bastante grave e o paciente deve receber intenso apoio dos
familiares. Infelizmente, muitos familiares querem ajudar, mas não conhecem a
melhor maneira de fazê-lo. Dessta forma, a terapia familiar deve ser instituída
em muitos casos, já que, comumente, os familiares adoecem junto com o paciente,
em um processo conhecido como co-dependência.
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